25 de maio de 2009

Caio e Alice em " Um doce coração de pedra"


"Alice sempre gritou aos quatro cantos que não era uma menina romântica. Romantismo era besteira, coisa de mulherzinha... que não curtia receber flores, bombons, e convites para o cinema, ou para jantar, vindo dos homens candidatos a futuros-namorados.Passava a imagem de mulher moderna, solteira bem resolvida.

Para ocupar o tempo livre nos finais de semana, nada melhor do que cair na noitada com as amigas. Dançar, beber, beijar um ou outro, fazia parte. Era realmente divertido. Mesmo quando aquela solidão pós final de semana teimava em incomodar.

E viveu assim, por uns bons e agitados anos. Corria dos relacionamentos de todo jeito que podia. Seu lema era ficar sozinha, livre, prezava muito a liberdade. Namorar era ficar presa. Mesmo ciente de que perderia a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, Alice resistia. Se achava que estava se envolvendo, simplesmente sumia.

Com o tempo, Alice conheceu uma coisa que durante muitos anos de noitada ela desconhecia: a solidão. Seu anseio por uma companhia para um sábado a noite que a fizesse trocar a noitada badalada por uma sessão de cinema em casa, juntinho com aquele alguém, passou a aumentar.

E mesmo ainda relutando um pouco, ela passou a olhar as pessoas que se aproximavam dela com outro olhos.

Era só mais uma festa, nada mais. Aniversário de uma grande amiga desde a infância, com músicas animadas, bebidas e aqueles amigos super divertidos. Alice estava lá para curtir, comemorar, sem a mínima pretensão de que algo fosse acontecer. Quando ele reparou em Caio.

Na verdade ela, já o tinha visto antes, em fotos na casa da amiga, mas só. Nada mais, nenhum tipo de contato havia acontecido. Os dois começaram um conversa informal na cozinha do apartamento em que rolava a festa, no preparo de uma caipirinha. Conversaram, riram um com o outro, beberam e foram dançar. Era impossível não enxergar como eles estavam se dando bem. Até que entre uma música e outro, quando já rolava algum tipo de contato físico entre eles, se beijaram.

Caio e Alice curtiram o resto da festa juntos, e como jovens de 20 e poucos anos que eram passaram a noite juntos, no apartamento dele. Foi tudo muito bom. A grande surpresa foi no dia seguinte de manhã, quando Caio pediu o telefone dela. Alice não tinha aquele costume, pois não gostava de criar vínculos. Achava que tudo levava ao relacionamento, o que era seu maior receio.

Mas Alice anotou seu número, num pequeno pedaço de papel e entregou a Caio. Ali estava a prova do início de uma pequena grande mudança. Ela realmente queria que ele mantivesse contato, queria vê-lo de novo. Naquele momento, Alice se contradisse da forma mais sútil, jogando abaixo suas terias de mulher moderna, e agindo como a uma mulher normal".

xoxo

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